O MBMR é um projeto que visa promover o envolvimento e a participação ativa dos cidadãos na gestão do espaço público e integra duas áreas de intervenção que, embora distintas, são inevitavelmente indissociáveis: a área de natureza material, que engloba todas as obras físicas nos espaços públicos e a área de natureza relacional, que promove a coesão social e visa a criação de vínculos de confiança entre os cidadãos e destes com as instituições.
Na vertente de intervenção urbana: a delimitação da área a intervir pressupõe um levantamento dos espaços públicos existentes passíveis de intervenção, bem como das restrições impostas pelos demais documentos orientadores municipais, nomeadamente o Plano Diretor Municipal.
Em articulação com os diferentes serviços do município são sinalizadas algumas zonas do concelho com maior necessidade de intervenção, nomeadamente alguns locais estruturantes que carecem de uma melhoria do espaço público e do fortalecimento de vínculos entre os cidadãos e com os espaços. Pretende-se dar resposta às necessidades identificadas, sem descurar as considerações referidas e a eventual sobreposição com outros projetos municipais e particulares previstos para os locais. A execução das propostas de intervenção assenta na identificação e análise de necessidades designadamente obras, mobilidade, ambiente e segurança.
Na vertente de natureza relacional: pretende-se, através de um trabalho muito próximo das pessoas e das instituições, ajudar a criar uma nova forma de viver em comunidade com todas as suas realidades e desafios.
Assim, para colmatar a falta de participação e desresponsabilização dos cidadãos, entre eles e com os espaços são promovidas, em parceria com o Instituto Padre António Vieira – IPAV, o programa social Ubuntu no Bairro, dinâmicas que visam aumentar a coesão social e o sentido de pertença.
O Ubuntu no Bairro tem como principais objetivos:
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- formar e capacitar agentes que serão os pilares da permanência do espírito Ubuntu no território, envolvendo as crianças, os jovens, as suas famílias, na promoção da construção de pontes familiares, interculturais e intergeracionais;
- promover uma intervenção a partir das crianças/jovens através do trabalho próximo com as escolas;
- envolver parceiros do território, na identificação de problemas e desafios, com vista à obtenção de respostas.
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Cumprindo-se, assim, o objetivo da participação cívica e responsabilização de todos pelo espaço público, promovendo ativamente a sua valorização, proteção e utilização.
A implementação do projeto é assegurada por uma equipa multidisciplinar, constituída por técnicos municipais e por técnicos do IPAV, cabendo ao Município a coordenação geral. O projeto conta ainda com o recurso à prestação de serviços de consultoria, nomeadamente nas áreas de tratamento de dados estatísticos e arquitetura.
A identificação dos territórios de intervenção assenta em critérios previamente definidos, designadamente: existência de uma escola âncora, de espaços verdes ou potenciais espaços a intervir, equipamentos desportivos, culturais e recreativos, bem como existência de comércio local.
Nesse sentido, para alcançar os objetivos do projeto piloto, foi estruturada uma metodologia assente nas seguintes fases: